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Os usuários da Oi tiveram uma experiência melhor nas redes móveis após a migração

A venda da unidade de telefonia celular da Oi para suas concorrentes – Claro, TIM e Vivo – foi um dos eventos mais significativos no mercado brasileiro de telefonia celular em 2022. A transação foi finalizada em Abril de 2022por R$ 15,9 bilhões (US$ 3,4 bilhões) e a venda incluiu a transferência dos ativos da Oi aos respectivos compradores – infraestrutura e espectro – juntamente com a migração dos clientes da Oi para as novas redes. A TIM ganhou 14,5 milhões de clientes da Oi, enquanto a Claro e a Vivo, 11,6 milhões e 10,5 milhões, respectivamente Os assinantes foram designados para novas redes com base em uma divisão geográfica. Os assinantes da Oi foram transferidos segundo um modelo semelhante ao roaming na primeira etapa, com a integração total com as redes anfitriãs planejada para o início de 2023, conforme informações obtidas por meio do Acordo de Cooperação Técnica entre a OpenSignal e Anatel.

A Opensignal analisou a experiência de seus usuários da Oi depois que migraram para as novas redes, ainda sob um modelo de roaming. Observamos aumentos significativos na velocidade, disponibilidade e nas métricas experienciais para esse grupo de usuários. A Opensignal também analisou como a transferência de assinantes da Oi afetou a experiência de seus usuários, assinantes das outras operadoras. Enquanto as redes da TIM e da Vivo pareciam não ter sido afetadas, os usuários da Claro observaram uma ligeira queda na velocidade média de download em 4G e nos valores de RSRQ de LTE, o que indica um aumento no congestionamento.

No último relatório de Experiência com redes móveis no Brasil da Opensignal, com os resultados da Oi incluídos, os usuários nessa rede experimentaram velocidades médias de download e upload substancialmente inferiores às de seus pares em outras redes. Entretanto, quando comparamos os dois períodos de coleta de dados – antes da venda ser finalizada em meados de abril (90 dias a partir de 1º de fevereiro de 2022) e seis meses mais tarde (90 dias a partir de 1º de agosto de 2022), com a migração já em andamento – observamos aumentos impressionantes de cerca de 50% na velocidade média de download e upload. Os usuários da Oi operaram com velocidades médias de download 4,6 Mbps mais rápidas e velocidades médias de upload 1,9 Mbps mais rápidas, após a migração para as novas redes.

A disponibilidade da rede também é fundamental para entender a experiência dos usuários em redes móveis. A disponibilidade limitada restringe o acesso a um rendimento melhor – ou, em alguns casos, a qualquer sinal de celular. Semelhante à métrica de velocidade, os usuários da Oi observaram melhorias significativas em todas as métricas de disponibilidade. O tempo gasto sem sinal de celular foi reduzido para esses usuários em um sexto, nos períodos de coleta de dados analisados, de 4,1% para 3,4%. Durante esse período, os usuários da Oi também passaram substancialmente mais tempo conectados aos serviços 4G e 5G, percebendo um aumento impressionante de 13,8%pontos percentuais, para quase 70% em agosto-outubro de 2022. Isto significa um aumento impressionante de quase um quarto do tempo gasto em serviços nas redes 4G e 5G, em comparação ao período de fevereiro a abril de 2022.

Os usuários da Oi também perceberam melhorias significativas em todas as métricas experienciais – Experiência com vídeos, Experiência com jogos e Experiência com aplicativos de voz, com aumentos de 7,5, 8,6 e 5,6 pontos, respectivamente. Isto significa que os usuários da Oi tiveram uma experiência melhor ao transmitir vídeos, jogar games móveis multijogadores ou usar serviços de voz over-the-top em seus smartphones após a migração.

Enquanto a Experiência com a velocidade de download aumentou em 50,4% para os usuários migrantes da Oi em nível nacional, observamos aumentos ainda mais espetaculares em algumas cidades do Brasil. Os usuários da Oi em São José dos Campos, Ribeirão Preto e Cuiabá tiveram as melhorias mais significativas em termos relativos, em todas as cidades brasileiras, seis meses após a finalização da venda da unidade de telefonia celular da Oi, com velocidades de download cerca de 2,5 vezes mais rápidas. Isto representou um aumento na velocidade média de download de um para dois dígitos, de cerca de 5-6 Mbps em fevereiro-abril de 2022 para 13-14,8 Mbps em agosto-outubro de 2022 – o que comprova o impacto da migração para os usuários da Oi nas cidades brasileiras menores.

Considerando as três cidades mais populosas do Brasil – Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo - as velocidades médias de download registradas foram menos substanciais, em comparação com algumas cidades menores. Os usuários da Oi em São Paulo tiveram o maior aumento na Experiência com a velocidade de download, de 7 Mbps – dois terços da velocidade de que dispunham antes da migração (10,8 Mbps). A velocidade média geral de download aumentou para os usuários da Oi em Brasília em um terço (4,5 Mbps) após a migração, enquanto para os usuários do Rio de Janeiro, o aumento foi mais modesto, de 1 Mbps, com a Experiência com a velocidade de download chegando a 18,6 Mbps.

Em Macapá, Nova Iguaçu e Campinas observamos os maiores aumentos no tempo em que os usuários mantiveram uma conexão 4G ou 5G – com a pontuação da disponibilidade em redes 4G/5G praticamente dobrando durante o processo de migração. Macapá teve o maior aumento no país, entre todas as cidades brasileiras, de 42,4 pontos percentuais – o que significa que os usuários da Oi deixaram de gastar mais de um terço do tempo conectados a serviços 4G ou 5G, passando para quase 80%.

As melhorias foram variadas nas três maiores cidades do Brasil – Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Enquanto Brasília observou um crescimento mais modesto, de 7,3 pontos percentuais, cerca de um décimo do tempo em que os usuários da Oi passavam antes conectados a serviços 4G ou superiores – seus pares no Rio de Janeiro e São Paulo tiveram melhorias muito maiores, de 18,8 e 23,3 pontos percentuais, respectivamente. 

A obrigação de absorver de 10,5 a 14,5 milhões de assinantes por rede com a migração representa um tremendo desafio para as três redes móveis restantes no Brasil, e pode levar ao congestionamento da rede. A Opensignal analisou a velocidade média de download em 4G dos usuários da Claro, TIM e Vivo, em ambos os períodos de coleta de dados. Enquanto os usuários da TIM e da Vivo observaram resultados ligeiramente maiores seis meses após a conclusão da venda da Oi, com aumentos de 0,5 e 1,4 Mbps respectivamente,  a pontuação de Velocidade de download em 4G da Claro foi 8,6% mais lenta e caiu 2,4 Mbps. 

Essa queda se deve provavelmente ao congestionamento da rede da Claro, impulsionado pelos novos assinantes que migraram da Oi. Outro aspecto que substancia essa hipótese vem das mudanças nos valores de referência da Qualidade do sinal recebido LTE (RSRQ) das operadoras. O RSRQ mede a qualidade do sinal e os valores mais baixos de RSRQ podem ser indicativos de redes mais congestionadas. Enquanto a pontuação de RSRQ caiu 0,08 e 0,04 dB para os usuários da TIM e da Vivo, respectivamente, os usuários da Claro tiveram uma queda muito mais acentuada de 0,42 dB, com a diferença na qualidade do sinal aumentando entre a Claro e seus concorrentes desde fevereiro-abril de 2022.

A conectividade 5G compensará o congestionamento da rede gerado pelos assinantes que migraram

Os dados da Opensignal demonstram melhorias significativas na experiência com redes móveis para os usuários da Oi – tanto em termos de velocidades mais rápidas quanto de maior disponibilidade de sinal – após a migração para a Claro, TIM e Vivo. A absorção de milhões de novos assinantes representa um grande desafio para essas três operadoras, para manter os níveis de qualidade da rede que mantinham até agora. O espectro adicional transferido da Oi ajudará a compensar o tráfego de rede gerado pelo influxo de assinantes em migração. No entanto, melhorias rápidas recentes na experiência em redes 5G no Brasil, estimuladas por implementações na faixa de 3,5 GHz também poderão contribuir. A Opensignal continuará monitorando como a migração de usuários da Oi melhora sua experiência móvel e como ela afeta a qualidade de suas novas redes de hospedagem.